Há muitos estudos atestando o poder antimicrobiano, anti-inflamatório e cicatrizante da substância. Descubra por que ela pode contribuir para a sua imunidade e ser uma grande aliada da sua saúde
A própolis é produzida pelas abelhas a partir das seivas das árvores, combinadas com a cera, resina, óleos essenciais e pólen, resultando em uma mistura pegajosa de cor marrom (mas que pode ser também verde, avermelhada, preta ou branca, dependendo das fontes de sua resina). As abelhas a fabricam para a assepsia das superfícies das colmeias e vem daí a sua ação antimicrobiana.
Mas esta não é a única vantagem da própolis, que vem sendo utilizada há muito tempo por diferentes civilizações e a ciência segue desvendando o seu importante potencial para o tratamento de várias doenças.
“A própolis possui diversas propriedades benéficas e pode ajudar a combater doenças graças as suas funções antioxidantes, antibióticas antivirais e anti-inflamatórias, além de contribuir para o aumento da imunidade” garante a nutricionista Graziela C. de Lima.
Isso devido ao grande número de ingredientes ativos presentes[1], tais como flavonoides, ácidos fenólicos, terpenos, óleos essenciais, e a tintura (extrato alcoólico). “Estas propriedades têm grande efeito terapêutico, além de ajudar a proteger contra cáries e até mesmo contra alguns tipos de cânceres”, acredita a nutricionista.
Estimulante do Sistema Imunológico
Graziela explica que a substância age como um reforço natural em nosso corpo. “A própolis tem a capacidade de regular o sistema imune, oferecendo proteção ao organismo contra infecções.” As suas substâncias ativam as células de defesa, estimulando a destruição dos micróbios.
Ação Anti-inflamatória
De acordo com um estudo de 2008 do European Journal of Pharmacology[2] a própolis verde brasileira contém artepilina- C, capaz de aliviar a inflamação tanto localmente quanto em todo o organismo. É por isso que ela acelera a cicatrização de feridas, queimaduras, dor de garganta, sinusite, amidalite e problemas respiratórios.
Antibactericida Natural
Sem dúvida a ação antibactericida e antimicrobiana da própolis é reconhecida e comprovada[3]. Ela tem a capacidade de evitar a infecção graças à sua ação antisséptica. Por conta disso, o extrato tornou-se uma alternativa útil no tratamento contra H. pylori, bactéria que vive no estômago e causa gastrite, úlcera péptica e alguns tipos de câncer.
Prevenção ao Câncer
Embora ainda sejam necessários muitos estudos para comprovar o real efeito da própolis nestes casos, já se sabe que há sucesso no uso do extrato de própolis como terapia complementar[4] – e não tratamento único – com resultados significativos, pois sua capacidade anti-inflamatória consegue reduzir as chances de as células se tornarem cancerosas e têm atividade inibitória no crescimento de diversos tumores[5]. Além disso ela atenua os efeitos tóxicos de drogas quimioterápicas.
Saúde da boca
As bactérias da boca também são eliminadas com a própolis, graças aos compostos fenólicos que contribuem para a integridade do esmalte dentário e ajudam a prevenir cáries e doença periodontal[6].
Como consumir
A forma mais comum é o extrato, mas também pode vir em tintura, pó, spray bucal, pastilhas, balas, xaropes, cápsulas e gotas. Também pode ser manipulado para cremes, pomadas e loções.
Cautela
A composição da própolis varia de acordo com a área geográfica da qual é recolhida. Somente no Brasil são reconhecidos 13 tipos e cada um tem diferentes propriedades.
É bom lembrar que a própolis é um alimento e não deve ser considerada remédio. Antes de adquirir, verifique se a própolis está registrada de acordo com as normas do Ministério da Agricultura[7].
“O médico deve ser consultado sobre a dosagem da própolis para que aconteça de maneira segura e saudável e para evitar a interação com alimentos que possam interferir em seu efeito”, lembra Graziela.
Este alerta é ainda mais importante durante a gravidez e lactação.
Além disso extratos com álcool em sua composição não devem ser oferecidos a crianças com menos de 12 anos.
De acordo com a nutricionista a contraindicação são as reações alérgicas, que normalmente se manifestam como inchaços, vermelhidões, coceiras ou urticárias na pele. Caso isso aconteça suspenda o uso.
[1] https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-695X2008000300020
[2] https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0014299908002616?via%3Dihub
[3] http://www.biologico.sp.gov.br/uploads/docs/arq/V72_3/menezes.PDF
[4] https://super.abril.com.br/saude/propolis-faz-bem-mesmo-veja-o-que-a-ciencia-tem-a-dizer/
[5] http://www.biologico.sp.gov.br/uploads/docs/arq/V72_3/menezes.PDF
[6] http://www.usp.br/aun/antigo/exibir?id=508&ed=47&f=16
[7] ecodebate.com.br/2011/09/15/mitos-e-verdades-sobre-propolis/