Uma das principais causas de afastamento do trabalho, a LER compromete os movimentos e pode causar dor e desconforto. Fique atento aos sintomas e saiba qual o tratamento indicado
A lesão por esforço repetitivo (LER) é uma síndrome constituída por doenças como tendinite, bursite e mialgias, entre outras. “São aquelas lesões provocadas por movimentos repetitivos, que provocam dor e, às vezes, limitação de movimentos e capacidade funcional” afirma o ortopedista do Hospital Santa Catarina dr. Romulo Brasil Filho.
Os principais sintomas são dor nos membros superiores e nos dedos, dificuldade de movimentá-los, formigamento, fadiga muscular, redução na amplitude do movimento, inflamações.
Algumas atividades trazem maior risco, como pessoas que trabalham em frente ao computador ou em linhas de montagem, operam britadeiras, assim como músicos instrumentistas, esportistas, rendeiras, entre outras profissões.
Mas apesar de normalmente estar relacionada a atividades de trabalho a LER pode ocorrer com pessoas que ficam digitando muito no celular ou no computador, mesmo que para atividades de lazer. “Tenho visto com certa frequência, principalmente nessa fase de pandemia, os casos de algumas tendinites de dedos aumentarem por conta da digitação; assim como pessoas com dor importante na cervical, provocada pelo mesmo motivo”, relata o especialista.
Já nas profissões que atuam em partes operacionais de fábricas, de acordo com Filho, é comum ocorrer a LER pois muitas vezes funcionários trabalham em posições erradas fazendo movimentos de repetição. “Antigamente a frequência desses casos era muito maior. Com a evolução da ergometria e medidas preventivas de grandes fábricas, como intervalos de descanso, alongamento para os funcionários e ginástica laboral, os casos diminuíram.”
O ortopedista explica que a LER só pode ser considerada doença ocupacional se for comprovado o vínculo do desenvolvimento da doença e das más condições de trabalho com a empresa. “Se a pessoa não tiver um local adequado na empresa para digitar, por exemplo.”
Já o tratamento depende do quadro do paciente, podendo ser indicado o uso de anti-inflamatórios, correção dos vícios posturais, fisioterapia e em alguns casos cirurgia.
Dicas para prevenir a LER
Ergonomia no ambiente de trabalho promove a saúde e ajuda na produtividade
- Altura adequada da mesa e da cadeira, de modo que não seja necessário forçar a coluna cervical para trabalhar. A altura da cadeira deve permitir apoio para as costas e os pés devem tocar completamente o chão. Os joelhos devem estar a 90 graus.
- O monitor deve estar entre 45 e 70 cm de distância da cabeça e alinhado um pouco abaixo da altura dos olhos.
- Postura correta, com as costas eretas apoiadas confortavelmente.
- O teclado deve estar posicionado de forma que os pulsos não fiquem flexionados.
- O braço deve poder apoiar na mesa.
- Objetos necessários ao trabalho devem estar ao alcance da mão.
- A cada hora de trabalho faça pausas, alongue e caminhe por alguns minutos.
Fonte: http://www.direh.fiocruz.br/guiaergonomico/cartilha-ergonomia-comprasFORMATOA5.pdf