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Inteligência Emocional

por Andrea Alves
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

A capacidade de reconhecer e de lidar com os próprios sentimentos está presente na essência deste conceito, de que falaremos agora

Você já se perguntou por que às vezes explodimos, sem conseguir controlar impulsos? Isso acontece porque o lado emocional se sobrepõe ao racional, já que somos essencialmente movidos pelas emoções. Não as conhecendo, certamente não saberemos lidar com elas. Da mesma forma, se tentarmos entender as emoções do outro, nos tornaremos mais sensíveis e abertos.

“Inteligência emocional tem a ver com a gente se conhecer sem cair nas armadilhas psíquicas. Somos impermeados pelo inconsciente, sempre existe um tanto de nós mesmos que desconhecemos. Quanto mais familiarizados com estes movimentos internos, melhor vamos conhecer o nosso funcionamento e nossas dificuldades. A ideia não é controlar as emoções, mas conhecer as repetições de determinados comportamentos, até ir elaborando os movimentos internos e parar de repetir os comportamentos ruins”, diz a psicanalista Gabriela Malzyner, do Instituto Sedes Sapientiae.

“As emoções têm em geral componentes inconscientes e escolher o que sente não é uma possibilidade”, explica o terapeuta transpessoal Paulo Ferreira. “O que as pessoas podem fazer é escolher o que fazer com o que sentem. Isso é a gestão das respostas emocionais.”

E o que fazer para gerir da melhor forma as emoções?

Segundo Ferreira, o psicólogo Daniel Goleman, que popularizou o termo, apontou os pilares da inteligência emocional, que seriam:

Autopercepção – É a pessoa identificar o que ela sente. Raiva? Medo? Desejo? Muita gente nunca parou para observar o que sente, sendo apenas levada pelo instinto. O resultado é a expressão ‘Não foi a minha intenção’. “As pessoas que reagem sem consciência estão o tempo todo expressando reações que na verdade gostariam de evitar demonstrar”, diz o terapeuta.

Autorregulação – “É aqui que muitos cometem o erro de chamar de ‘controle das emoções’, porque o ser humano não controla o que sente. E é perigoso fazer essa confusão: o indivíduo pode tentar reprimir as emoções, e o efeito disso é desastroso. O que ele pode fazer é modular a resposta emocional ao que sentiu. A pessoa pode escolher respirar fundo e se acalmar, ao invés de dar uma resposta ríspida quando sentir raiva, por exemplo. Chamamos de regulação reflexiva.”

Motivação – É a capacidade da pessoa de ‘motivar a si mesma’ para fazer ou agir de algum modo. Reflita: o que te move? No entanto Ferreira adverte que a motivação tem que ser autêntica: “Se eu me motivo a fazer algo que vai contra os meus valores isso pode não ser bom.”

Empatia – É a capacidade de se colocar no lugar do outro. 

“O autoconhecimento também nos torna mais empáticos, porque a gente entende que o outro também pode ter a nossa dor. Somos todos humanos, portanto, falhos e inacabados”, diz Gabriela. Para Ferreira é preciso ter cuidado com o termo, que tem sido mal utilizado. “O esforço de entender o outro é ótimo. Mas quando a dor do outro torna-se a ‘minha dor’ serei muito menos capaz de ajudar do que se eu simplesmente puder compreender a essa dor.”

Habilidades sociais – São as habilidades sociais que vão retornar como ‘respostas’ do mundo. “Saber ficar quieto quando alguém precisa ser ouvido é uma habilidade em falta hoje em dia; assim como a habilidade de ‘ouvir sem concorrer’, ou seja, ouvir o problema do outro sem contar o seu ‘maior ainda’”, exemplifica Ferreira.

Para o terapeuta a inteligência emocional está diretamente relacionada à comunicação. “Se tenho consciência do que sinto e comunico, o outro tem uma chance de entender os meus sentimentos. Se não tenho essa consciência, eu não tenho como comunicar e o outro não tem obrigação de adivinhar. Nesse caso, a comunicação será sempre falha.”

Inteligência Emocional e o Novo Normal

A COVID-19 tornou o trabalho remoto uma realidade e junto com ele a necessidade para alguns de modificar as relações pessoais e profissionais.  Desenvolver a inteligência emocional se faz ainda mais necessário em tempos de pandemia?

“Agir com inteligência emocional sempre vai tornar a vida mais fácil. Acredito que ajudou todos a ficarem mais conscientes dos seus limites e os dos outros, que a perfeição não pode ser entregue todo o tempo e que pessoas sobrecarregadas eventualmente falham.” Ferreira acredita que as relações no trabalho ficaram menos formais e menos influenciadas por coisas como vestuário ou localização da sala. “Nesse sentido talvez mais autênticas. Uma vantagem do trabalho remoto: como as pessoas não estão no mesmo espaço, podem esperar e se acalmar para responder a uma mensagem, por exemplo. Mas é claro que nem todo mundo aprende da mesma forma”, analisa.

Por fim, o terapeuta deixa um recado: “Na sociedade brasileira, em especial recentemente, temos visto uma incapacidade de se manter um diálogo sem agressão, no meio online ou na vida real. Toda espécie de agressão é um atestado de falta de inteligência emocional.”

2 comentarios

ANA MACEDO 18 de setembro de 2020 - 09:19

Parabéns para a Tókio Marine por essa iniciativa e tantas outras mais que tenho acompanhado…com certeza está contribuindo bastante para melhorar nossa qualidade de vida, principalmente nesse momento difícil que estamos atravessando….

IMOBILIARIA SENDESKI LTDA 18 de setembro de 2020 - 10:42

Muito bom.

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