Vencendo a Ansiedade em tempos de COVID-19

Comportamentos positivos e atividades prazerosas podem ajudar a lidar com a ansiedade na pandemia

O isolamento social tem provocado ansiedade em muita gente. Mais do que nunca é importante cuidar da saúde mental e não deixar que este problema, comum em momentos críticos como o que estamos vivendo, afete a nossa qualidade de vida.

“As pessoas estão ficando ansiosas com a falta de dinheiro, as brigas em família, o confinamento em si”, explica a psicóloga e terapeuta familiar Marina Vasconcellos.

Mas há ações que podem minimizar a ansiedade. Exercícios físicos, por exemplo.

“Muita gente começou a fazer exercícios como parte do cotidiano, porque faz muito bem, alivia o estresse e dá para fazer em família. Há muitos vídeos de profissionais que dão aula e pode ser divertido os pais fazerem com os filhos.”

Meditação é outra dica da profissional para trazer serenidade. “É um instrumento de autocontrole e autoconhecimento, para conseguir contar até 10 antes de explodir. Quem passa a fazer relata que consegue se conter melhor quando fica nervoso, permanece mais tranquilo. Dá uma sensação boa de saber se controlar.”

Há também muitas outras atividades que podem ajudar a combater a ansiedade durante esse período. “Você pode usar o ócio como uma coisa benéfica: pensar em coisas interessantes, projetos que queira fazer ao longo da vida. Infelizmente muita gente fica sem fazer nada com o ócio, as pessoas não aproveitam esse tempo tão precioso”, explica a terapeuta.

Mas o que fazer em momentos ociosos? “Um hobby, uma atividade que dê satisfação. É muito saudável fazer algo ao invés de ficar pensando no que não está bom. Ver notícias sobre a pandemia o tempo todo, por exemplo, é péssimo. Você permanece colocando cortisol, o hormônio do estresse, no seu corpo. Fazer uma atividade prazerosa é o contrário disso, vai liberar dopamina, que traz a sensação de prazer.”

Marina diz que criar um hobby é algo que os profissionais indicam como laborterapia; um tempo de “parar de pensar nos problemas, para aliviar e relaxar.”

E qual seria a atividade mais indicada?

“Depende da pessoa, de suas habilidades e do espaço para desenvolver o hobby, já que estamos em casa. Isso é muito pessoal, não tem uma regra. Se você gosta de cozinhar é um bom momento de inventar pratos diferentes e pensar em uma culinária saudável; dá para toda a família participar. Leitura, escrever poemas, trabalhos manuais são ótimos para aliviar o estresse. Origami, por exemplo, dá para fazer com as crianças. Outra coisa: converse com amigos, é legal saber como eles estão passando por isso. Vamos lembrar que está todo mundo na mesma situação. O importante é cultivar uma atividade que dê prazer”, conclui.

O que eu estou fazendo durante a pandemia?

Ester Bonança, gerente de mídias sociais

“Antes da pandemia estava animada porque tinha começado a praticar o crossfit, mas quando peguei o ritmo a academia fechou. Comecei a trabalhar em home office. Senti muito medo. Eu tinha o hábito de encontrar os amigos em restaurantes, visitar lojas. Parei tudo, só não parei de andar de bicicleta. Se não faço esporte não durmo bem. Eu me entedio muito fácil e se não me ocupo não me aguento.  

Outra coisa que me ajudou foi parar de ver muito as notícias.  Sempre gostei de ficar mais no meu canto e percebi que amigos que tinham hobbies mais sociais, como encontrar as pessoas, ficaram mais ansiosos. Mas fiquei mais calma, porque os meus posso fazer sozinha.”

Marcelo Azevedo, engenheiro

“A minha rotina antes da pandemia era aula na faculdade e treino de natação e musculação. No começo, quando as aulas passaram a ser online e a academia fechou, foi difícil. Para combater o tédio assisti filmes e séries, assinei vários canais de streaming, mas continuava entediado. Foi complicado: fiquei muito preocupado com a saúde da minha mãe de 75 anos, então realmente me isolei. Comprei um rolo de treino (aparelho para andar de bicicleta em casa), mas não nasci para esporte indoor. Até que as minhas sobrinhas de nove e 13 anos me apresentaram o Tik Tok, um aplicativo de vídeo. Comecei a gravar episódios com os meus cachorros, um casal de maltês.

Paulo Vinícius Ferreira, ator, arte educador e conselheiro municipal de cultura da cidade de Caieiras (SP)

“No início da pandemia a minha rotina mudou completamente. Suspenderam as aulas presenciais e as reuniões onde trabalhava. Fiquei em completo isolamento com a família. Gera ansiedade não ter certezas, notícias diferentes chegando ao mesmo tempo.

Antes da pandemia eu era uma pessoa sedentária, mas as circunstâncias fizeram com que eu me preocupasse mais com a atividade física. Aí eu encontrei vídeos do chi kung (chi= energia e kung= método de trabalho): prática chinesa terapêutica e marcial que desenvolve a concentração. E me interessei.

Afinal é um momento pesado né? A gente convive com a questão da saúde pública, das pessoas doentes. O chi kung veio para me trazer autocontrole e equilíbrio. E no meu caso, que tenho um trabalho relacionado à criatividade artística, tive muitos ganhos.

Foto 1. Legenda: Marcelo registra as brincadeiras do casal de maltês Benjamin e Irís durante a pandemia. Foto: Arquivo pessoal.

Foto 2. Legenda: Paulo Ferreira pratica o chi kung em sua casa. Foto: Arquivo pessoal.

Foto 3. Legenda: É pintando que a gerente de mídias sociais Ester alivia a ansiedade no isolamento. Foto: Arquivo pessoal.

E você, o que tem feito para combater a ansiedade durante a pandemia?

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#fiqueemcasa. #quarentena

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