Uso excessivo pode contribuir com o zumbido e a surdez precoce. Saiba o que fazer para evitar que isso aconteça
Os fones de ouvido evoluíram e hoje estão tão inseridos em nossas vidas que já vêm com os smartphones. Suas utilidades, como possibilitar ouvir música sem invadir a privacidade de outras pessoas ou auxiliar na concentração na hora de estudar são inquestionáveis. E com a pandemia o acessório se tornou praticamente obrigatório para o trabalho home-office, para as aulas das crianças, adolescente e adultos.
Mas o uso excessivo dos fones de ouvido pode prejudicar a audição, causando o famoso zumbido e até a surdez precoce. É o que explica a otorrinolaringologista, pesquisadora dos incômodos dos ouvidos e diretora do Instituto Ganz Sanchez, dra. Tanit Ganz Sanchez.
“O uso de maneira errada do aparelho pode prejudicar a saúde, e não somente a dos ouvidos. O dano costuma vir do excesso de volume e do tempo utilizando o acessório, ou os dois juntos.”
De acordo com a pesquisadora um dos principais problemas é o zumbido, causado pela lesão das células ciliadas, localizadas no ouvido interno (cóclea). Ao serem estimuladas por altos níveis de vibrações sonoras (fogos de artifício, explosão, ou o som alto de um show por exemplo) estas células ficam sobrecarregadas, podendo sofrer lesões temporárias ou definitivas. E isso acontece também com o som excessivo de um fone de ouvido.
“Para compensar a perda de função das células ciliadas lesionadas ou mortas as regiões vizinhas passam a trabalhar em um ritmo mais acelerado do que o normal, o que dá origem aos zumbidos nos ouvidos”, explica a Dra. Tanit.
Redução da Capacidade Auditiva
As células ciliadas se comunicam e entre elas há sinapses (junção de dois neurônios) nos ouvidos. A perda dessas sinapses, que acontece no caso do ruído excessivo, principalmente agudo, pode provocar a diminuição da capacidade auditiva e alterações nas vias auditivas que reduzem a tolerância ao nível sonoro.
Essa perda das sinapses tende a continuar progredindo se houver o uso frequente de fones de ouvido e a exposição a ambientes barulhentos, comuns em adolescentes, que podem provocar problemas de surdez ainda na juventude.
Como preservar a saúde auditiva
A dra. Tanit dá algumas dicas, que podem ser seguidas em paralelo à orientação médica para cada caso:
- Evite ultrapassar metade da potência do seu aparelho ao usar fones de ouvido.
- Evite usar os fones mais do que duas horas seguidas.
- Diminua o tempo de contato do celular com o ouvido. Use mais o viva-voz ou fone e troque algumas ligações por mensagens de texto.
- Estimule os seus ouvidos com baixo volume de música suave.
- Alimente-se bem e evite excesso de cafeína, doces, álcool e nicotina.
- Incorpore mais atividades de prazer na sua vida: atividades físicas, passeios, relacionamentos saudáveis. “Momentos de felicidade ajudam a restaurar os nossos órgãos, inclusive os ouvidos”, diz Tanit.
- O estresse também pode piorar os sintomas de ouvido. Alivie o estresse com atividades como yoga, meditação, tai-chi, etc.
Curiosidade: Origem do Fone de Ouvido
O fone de ouvido foi desenvolvido em 1919 para as cabines de avião e escutas de rádio. Criado para uso exclusivo do exército, inicialmente eram maiores e mais pesados e houve um tempo até ele ser disponibilizado e ganhar os ouvidos da população. Ao longo dos anos o acessório foi sendo transformado e, em 1958, surgiu o fone estéreo, inventado pelo trompetista John C. Koss e seu parceiro, bastante utilizado em casa. O aparelho só evoluiu em seu design ergonômico depois, no século 20, com o walkman, invadindo as ruas; e no século 21 ganhou o mundo globalizado, tornando-se praticamente indispensável.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Auscultadores
Tipo de fones
Circumaurais: cobrem toda a orelha, oferecendo um bloqueio físico à captura dos ruídos externos; assim a necessidade de aumentar o volume torna-se menor. Têm a melhor qualidade de som. São os mais indicados, pois são os que mais atenuam os ruídos externos.
Supra-auriculares: Também são grandes, mas ao invés de envolverem as orelhas ficam sobre elas. O bloqueio físico para os sons ambientes é menor se comparado aos circumaurais.
Auriculares: são os mais usados, pois já vêm com os smartphones. São colocados próximos à entrada do canal auditivo, mas sem vedá-lo. Não bloqueiam a entrada de som do ambiente.
Intra-auriculares: são os menores. Encaixam-se dentro do canal auditivo e bloqueiam a entrada de sons ambientais.
Fonte: Dra. Tanit Ganz Sanchez