Por que essas doenças, até pouco tempo consideradas erradicadas em determinadas áreas do país, voltaram a atingir a população?
No último levantamento do Ministério da Saúde, divulgado em setembro do ano passado, houve o registro de 2.753 casos confirmados de sarampo em 13 estados brasileiros, no período de 09 de junho a 31 de agosto[1]. A caxumba também teve um aumento: apesar do MS não possuir dados consolidados sobre a doença (as unidades de saúde não são obrigadas a registrar quantos casos atendem), informações das Secretarias da Saúde pelo país revelam que vários estados registraram surtos da doença desde 2016, principalmente entre os jovens[2].
Mas, por que doenças que já foram consideradas praticamente erradicas no Brasil voltaram a ameaçar a população?
De acordo com o clínico e infectologista da Unifesp, Dr. Paulo Olzon, há uma diferença entre o período pré e pós vacina, no que se refere a essas enfermidades. “Antes da chegada da vacina as pessoas adquiriam essas doenças ainda na infância. Era comum levarem as crianças para perto de portadores, já que são doenças extremamente transmissíveis, com o intuito de estabelecer o contágio e, como consequência, imunizar”.
Com a chegada das vacinas veio a imunização: “A partir daí as crianças foram vacinadas e os adultos já estavam imunizados. O que está acontecendo agora é que muitas pessoas deixam de vacinar os filhos, influenciadas por notícias falsas, e crianças e adultos sem a imunidade entram em contato com a doença. A situação se agrava com a globalização e o transporte aéreo, em que as pessoas têm a possibilidade de vir de lugares muito distantes infectadas com o vírus em um curto período.”
Contágio
São doenças de transmissão respiratória e de fácil transmissão, assim como um resfriado ou gripe. Podem ser transmitidas também por contato manual, com objetos.
Sintomas
O sarampo pode começar com uma febre, seguido de lesões na pele (manchas avermelhadas), e conjuntivite. A tosse seca é outro sintoma, uma vez que a doença atinge as vias respiratórias.
Já a caxumba, além da febre, apresenta o aumento das glândulas parótidas e sublinguais. Eventualmente pode haver inflamação nos testículos do homem e dos ovários na mulher. A caxumba também pode provocar meningite, que na maior parte das vezes tem uma evolução benigna e não ocasiona problemas.
Tratamento
Não existe tratamento específico para nenhuma das duas doenças, sendo necessário tratar as complicações.
Prevenção
É feita com a vacina tríplice viral, que protege do sarampo, rubéola e caxumba. A primeira dose deve ser administrada à criança com 12 meses. Adolescentes entre 10 e 19 anos devem tomar duas doses e adultos entre 20 a 29 anos (duas doses) e 30 a 49 anos (uma dose).
Veja aqui o calendário de vacinação:
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/vacinacao/calendario-vacinacao
[1] http://saude.gov.br/noticias/agencia-saude/45750-cresce-18-numero-de-casos-de-sarampo-no-brasil
[2] https://g1.globo.com/bemestar/noticia/2018/07/26/por-que-os-casos-de-caxumba-continuam-crescendo-no-brasil-apesar-da-vacina.ghtml