Por José Adalberto Ferrara*
O setor de seguros brasileiro é o que considero um verdadeiro sinônimo de resiliência — e os dados mais recentes mostram que ele não só protege vidas e patrimônios, como também impulsiona a economia de forma expressiva. Em 2024, a arrecadação total do mercado segurador atingiu R$ 751,3 bilhões, um crescimento robusto de 12,2 % em relação a 2023, refletindo um avanço firme e sustentável do setor.
O ano também marcou, mais uma vez, a expressiva devolução de recursos para os segurados: os pagamentos em forma de indenizações, resgates e benefícios chegaram a mais de R$ 504 bilhões, um aumento de 7,8 % frente ao ano anterior. E a trajetória ascendente segue em 2025 — nos primeiros cinco meses, o setor já destinou R$ 110,9 bilhões em indenizações e demais pagamentos, ultrapassando a marca dos R$ 100 bilhões com um mês de antecedência comparado a 2024.
Todos estes números, divulgados oficialmente pela Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), reforçam um ponto fundamental: o seguro é muito mais do que um contrato ou uma apólice. É um instrumento que garante superação às famílias e empresas, assegurando que a economia não pare diante de imprevistos. Não à toa, a CNseg lançou o Plano de Desenvolvimento do Mercado de Seguros (PDMS), que traça um mapa estratégico para aumentar a participação do setor no PIB brasileiro — hoje em cerca de 6,2 % — para 10 % até 2030.
O PDMS destaca que a chave para o crescimento está na construção de relações de confiança e na ampliação do acesso ao seguro. Trabalhar de forma consultiva, levando informações relevantes e transparentes ao consumidor, é um ato de educação e de disseminação da cultura da proteção. Nesse cenário, o Corretor de Seguros é protagonista: ele é a ponte entre as necessidades do cliente e as soluções do mercado, traduzindo termos técnicos em respostas claras e seguras.
O aumento da participação da indústria securitária no PIB brasileiro depende do espírito naturalmente empreendedor dos Corretores em ampliar a capilaridade de distribuição e de suas iniciativas para diversificar as carteiras e fidelizar ainda mais seus Clientes. O cross selling, quando feito de forma consciente, também tem papel estratégico: oferecer produtos adicionais é construir um plano de proteção completo para cada Cliente, seja em âmbito pessoal ou patrimonial.
Em minha avaliação, o futuro é promissor. Com a expansão dos canais digitais, a personalização de soluções e o compromisso com a sustentabilidade, o mercado de seguros está pronto para dar um salto de maturidade. Esses movimentos exigem inovação, mas também preservam a essência do setor: cuidar e proteger.
Nesse cenário de evolução, a Tokio Marine, presente no Brasil há 66 anos, reafirma seu compromisso de longo prazo com a sociedade. Para 2025, mantivemos o foco no fortalecimento da marca, na ampliação de oportunidades no varejo e na melhoria contínua da experiência do Corretor, com atendimento diferenciado, treinamentos e materiais de apoio. Mais do que oferecer produtos, nós trabalhamos pelo fortalecimento da cultura do seguro no país, consciente de que a educação sobre proteção é a base para um mercado sólido.
A evolução da participação do setor de seguros no PIB não é apenas uma meta econômica. É um projeto de país — um pacto para garantir que indivíduos, famílias e empresas tenham condições de seguir em frente, independentemente dos desafios que surjam. Porque, no fim, o seguro é isso: a certeza de que, aconteça o que acontecer, haverá sempre uma mão estendida para ajudar a recomeçar.
*José Adalberto Ferrara é Presidente da Tokio Marine Seguradora desde julho de 2013.
Texto originalmente publicado na Revista Apólice